quarta-feira, 11 de março de 2009

«A ASAE DA NOSSA RE(N)D(I)ENÇÃO»

«A ASAE DA NOSSA RE(N)D(I)ENÇÃO»

A Confraria do Pão foi «visitada» pela ASAE durante a madrugada. Há mais de um ano. Consta que, ingenuamente (?) recebeu os Inspectores como «Amigos», não estranhando a hora e a referência «andámos mais de três horas para encontrar a Confraria».
Um mês depois, nova «visita», agora «aparatosa», digna de manchete no Correio da Manhã, para «encerrar a produção». Que foi pronta e Judicialmente objecto de uma Impugnação.
Um ano (!) depois a Justiça vai pronunciar-se. Isto é:
- O mesmo Estado que fez «orelhas moucas» à argumentação da Confraria de que «é estranho que no mesmo dia em que todos os grupos parlamentares conjugam esforços para remediar a lacuna da legislação no que respeita à produção de produtos tradicionais/artesanais, venham exigir-nos o cumprimento de normas que consideramos excessivas e desajustadas»;
- O mesmo Estado que, por inércia, um ano depois (ainda) não tem legislação específica;
- O mesmo Estado que demora um ano a tornar possível a intervenção da Justiça;
- O mesmo Estado que se não preocupa (nem poderá intervir) nos processos de fabrico dos produtos de panificação que, em quantidades muito significativas, atravessam regularmente as antigas fronteiras da raia, nomeadamente alentejana, para abastecer pequenas e sobretudo grandes superfícies comerciais;
- O mesmo Estado que reconhece Projectos de Interesse Nacional onde os alentejanos só antevêem acumulação de riqueza pelos mesmos que os espoliaram do direito ao trabalho;
- O mesmo Estado que «promete muito e cumpre pouco» em benefício dos seus cidadãos, sobretudo do interior, abandonado,
Esse mesmo Estado, dizíamos, reconheça na Confraria do Pão, exemplo cabal de como se pode e deve contribuir para o Desenvolvimento que enche a boca dos Políticos que aceitam desempenhar papel governante, como «inimiga da Saúde Pública» e, através da sua «Polícia» habituada a, segundo alguns, «estar acima da Lei ou ser a própria Lei», a tente silenciar na sua actividade precisamente de promoção da Saúde Pública através do exemplo, incómodo exemplo para os industriais de panificação que utilizam todos os processos para aumentar o lucro, de como é possível, com o Pão Tradicional, concorrer para a promoção da Saúde Física e Mental, contrariando as perigosas doenças modernas como a Diabetes e a Obesidade.
É evidente que sabemos como e porquê são certificados os produtos obrigatórios a consumir na Panificação, em particular, e na Indústria Alimentar, em geral, na União Europeia.
Aliás, entre outros Mestres, tivemos Manel da Fonseca que, mesmo «censurado», nos alertou:

(…) Mas não podemos esquecer
Que o rico é que faz a lei,
Lei fácil de perceber
Pois só aumenta o poder
Aquele que tudo tem! (…)

Como não duvidamos que a tremenda luta de desmontar a hipocrisia reinante vai ser arrastada e penosa.
Não nos convidem, porém, para desistir. A nossa razão de «tratarmos por tu a Felicidade» assenta na forma digna e independente como procuramos pautar a nossa intervenção sócio-cultural. Ou seja, o poder económico não nos assusta precisamente porque «não estamos à venda», nem somos veículos de acordos obscuros…
Enfim, vai ser difícil silenciar a nossa voz!

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